Foto: Reprodução site COB
No domingo (1/8 ) o Brasil se despediu das Olimpíadas de Tóquio. Em um breve balanço é possível dizer que esta foi, sem dúvidas, uma competição em que as consideradas minorias foram destaques.
Mas vejam quanta ironia, no Brasil de Bolsonaro - aquele que boicota a imprensa, que desmerece as mulheres, que atropela os LGBTQIA+, que menospreza o racismo e sequer se lembra que o nordeste existe; os destaques olímpicos são para as mulheres, os gays, as lésbicas, os negros, os nordestinos…
Eles superaram medos, desafiaram seus limites e venceram um mundo de impossibilidades ou incertezas.
Em um país desgovernado, com uma população que vive o luto constante e famílias passando fome, foram os atletas brasileiros que trouxeram uma sensação diferente. A emoção de torcer para nosso país, despertaram dentro de cada um de nós a esperança por dias melhores.
O Brasil encerrou a participação olímpica com um feito histórico, 12º lugar geral no ranking de medalhas, sendo sete ouros das 21 totais.
Uma Olimpíada marcada por protestos simbólicos e silenciosos, por respeito à saúde mental, por seres humanos que - apesar da saúde de atleta; adoeceram por covid-19 enquanto os demais mostraram seu melhor, mas sem presença da torcida.
Atletas mostraram seus posicionamentos políticos, mas mais do que isso, mostraram insatisfação com esse desgoverno que não incentiva a prática de esportes.
Sejamos mais Rebecas, mais Ítalos, mais Isaquias… Que tenhamos mais Rayssas, Bias, Pedros, Kelvins, Mayras ou Polianas… Precisamos trabalhar em equipe como o vôlei feminino ou o futebol, garantindo a prata ou o ouro brasileiro sem deixar de pensar no coletivo.
A Olimpíada de Tóquio chegou ao fim, mas a esperança por dias melhores não. Vamos em frente, com as lições aprendidas e rumo ao futuro que nós brasileiros merecemos
de verdade.
Alex Custodio, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, Igarapé e São Joaquim de Bicas.
